As árvores são poemas da terra para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio (Khalil Gibran)



quarta-feira, 19 de março de 2008

Pàscoa

pedras na mão


e vc
e eu
e todos que nos vêem na rua a correr com os cachorros:
sexta-feira-santa


e três ou quatro, ou cinco, ou nem sei se cinco...
a atravessar a manhã como se fosse ela um ponto fixo no mapa,
como se pudessemos dela beber, um coelho pondo ovos e os pintasse, e os enchesse de amendoim torrados lentamente...
e os devorasse

entre as cercas que velam o pacífico sul
na colheita plena das tuas vestes
a lança no teu peito, na mão dos teus anjos da morte
para gerar
a compulsão do teu sangue
a saciedade canibal da pureza

como um delírio
amém

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