As árvores são poemas da terra para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio (Khalil Gibran)



sexta-feira, 18 de julho de 2008

manhãs opacas

nas ruas
um homem-criança sem considerações acerca dos anéis de saturno
assume que está só como um lobo em guerra


e admite ao tempo seus carretéis
entorta-os, confunde-se com estátuas morto-vivas na praça enfolhada

e contorse-se sobre a face de deus
pintada por mão puras


esparrama seu ser pela sexta-feira toda
e encontra um pedaço de pergunta nos teus travesseiros
empilhados
metodicamente


contém seu grito
e anda
passo-a-passo
como se estivesse feliz

por estar impossibilitado de ser livre


por não poder decidir o sentido das gotas da chuva
que passam pela manhã

sem ter nada a dizer a ninguém


sem nenhum brilho no olhar

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Hino do Pós-Graduando

por: Carolina Braz de Castilho e Silva


Hey mãe!
eu tenho uma vaga no mestrado
durante muito tempo isso foi tudo que eu queria ter

Mas, hey mãe!
Alguma coisa ficou pra trás
Antigamente eu sabia exatamente o que escrever

Hey mãe!
Tem uns colegas estudando comigo
Eles são legais, além do mais,
Querem aprender
Mas agora, lá fora
O campus é uma ilha
A milhas e milhas
De qualquer lugar

Nessa terra de professores
Que trocam vidas por conceito capes
O estudante é uma produção
Numa página do lattes


Hey mãe!
Eu já não esquento a cabeça
Durante muito tempo
Isso era só o que eu podia fazer
Mas, hey hey mãe!
Por mais que a gente leia
Há sempre alguma coisa que a gente
Não conseque entender
Por isso, mãe
Só me acorda quando o sol tiver se posto
Eu não quero ver o projeto
Antes de anoitecer
Pois agora lá fora,
O campus é uma ilha
A milhas e milhas e milhas...


Nessa terra de professores
Que trocam vidas por conceitos capes
O estudante é uma produção
Numa pagina de lattes
E nessa terra de gigantes
Eu sei já sofremos tudo isso antes
O estudante é uma produção
Numa página de lattes
Hey mãe.....hey mãe