As árvores são poemas da terra para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio (Khalil Gibran)



terça-feira, 1 de setembro de 2009

manifesto do esquecer-se

é preciso ignorar o amanhã
ele não passa de uma realiade figurativa
uma saudade convertida em desejo

ele nunca virá a ser o hoje.
perder-se-á em meio aos teus cabelos, na confusão de teus dias de furia, no sortimento de teus descontentamentos, ao lado dos guarda-chuvas que virão a ser perdidos...em uma estação de trem qualquer...

é preciso exorcizar o passado
ele não é mais do que a imagem de algo que não é,
das fotografias mal feitas de máscaras embalsamadas na névoa do esquecimento

o passado sou eu olhando-me em espelho, olhando-nos em espelho
lembrando de nós, lembrando de nós sonhando sonhos que não se realizaram, de que o amanhã de ontem não ocorreu...

Já ao presente igualmente nada cabe
além de um palco mudo
onde estamos nós
a sós
contra um fundo branco