As árvores são poemas da terra para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio (Khalil Gibran)



quinta-feira, 29 de novembro de 2007

pacto de sangue

Não me fale das auroras
que adornam tua janela
na manhã dos dias

nem do medo que sentes das tempestades
que se anunciam
no fim das tardes desertas

nem do choro que brota de teus olhos
quando as lembranças
da vida cruel te enlaçam

nem da saudade que sentes
não podendo saber suas razões ou seus fins

não me digas nada

não me abrace

não me dê amor

quando escolhemos a solidão
nosso martírio e maldição
somos nós mesmos

dissolvidos num copo de autopiedades

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