As árvores são poemas da terra para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio (Khalil Gibran)



segunda-feira, 19 de novembro de 2007

subúrbios de mim

meu medo é meu propósito:
acessar o mar pelas bordas

assobiar maneiras
precipitadamente
na relva absurda e insistente que conduzimos entre a sola de nossos sapatos e a terra

pequenos demais pra alcançar teus frutos
subimos em escadas
escalamos o mundo
(as pedras estão no chão
não diga nada a ninguém)
e implodimos a realidade
e fizemos dela cinzas
salgadas e doces
prontas para temperar nosso chá
enquanto dissolvem
lentamente...
sobre a mesa
lentamente...

Um comentário:

Alex Rocha disse...

Já conhecia o texto do Mineiro e os outros (exceto esse e o de cima). Mas gostei muito desse... Gostei mesmo. Esse começo grandioso, intenso e depois chega e acalma, se reduz à mesa... Lentamente.

Tá, os próximos comentários serão mais engraçados.