meu medo é meu propósito:
acessar o mar pelas bordas
assobiar maneiras
precipitadamente
na relva absurda e insistente que conduzimos entre a sola de nossos sapatos e a terra
pequenos demais pra alcançar teus frutos
subimos em escadas
escalamos o mundo
(as pedras estão no chão
não diga nada a ninguém)
e implodimos a realidade
e fizemos dela cinzas
salgadas e doces
prontas para temperar nosso chá
enquanto dissolvem
lentamente...
sobre a mesa
lentamente...
Um comentário:
Já conhecia o texto do Mineiro e os outros (exceto esse e o de cima). Mas gostei muito desse... Gostei mesmo. Esse começo grandioso, intenso e depois chega e acalma, se reduz à mesa... Lentamente.
Tá, os próximos comentários serão mais engraçados.
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