As árvores são poemas da terra para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio (Khalil Gibran)



sábado, 28 de janeiro de 2012

Liturgia


Quero estar nos teus braços
conduzir teus passos na proximidade dos meus dedos
e me tornar, contigo,
siamês

Quero assumir tuas palavras como minhas
Encontrar as lágrimas do futuro
Que o tempo me trouxer

Proferir  teu nome em silêncio
e no mesmo silêncio tornar-me teu filho
e nascer de ti
novamente

Ser o sorriso proposto nos teus lábios de prazer
a felicidade sincera das palavras simples
ditas como um sussurro em meio a mata
como benção
como chuva

E por fim,
no começo,
perdoar-me antes
de culpar-me

Assumir a forma esguia deste tronco de árvore
a coisa mais sábia que encontrei
nessa vida curta e longínqua

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