depurei-me
e assumi posturas próprias dos que fogem
e assumi posturas próprias dos que fogem
pela silenciosa, inconteste e apagada avenida do passado (já sem cor, perdendo os contornos, sendo consumida pelo esquecimento...).
escondido em um canto
tornei-me vértice de espaços.
Inalcançável (mesmo que de fato não fosse)
aos braços da bailarina de gesso
que repousa em pausas
sobre a caixa de música selada e esquecida
sob uma carta nunca lida
tornei-me vértice de espaços.
Inalcançável (mesmo que de fato não fosse)
aos braços da bailarina de gesso
que repousa em pausas
sobre a caixa de música selada e esquecida
sob uma carta nunca lida
de alguém já sem rosto
Espacializei minha tormenta: gerei um canto!
grito azul para o vento.
Sofreguei a mim
filtrei minhas angústias
para além da parede oposta que me separa
(ante meus dedos, ante minhas luvas de tocar piano em serenata aberta contra a lua, também já sem rosto)
da imagem do meu reflexo
(ante meus dedos, ante minhas luvas de tocar piano em serenata aberta contra a lua, também já sem rosto)
da imagem do meu reflexo
Consumi as folhas certas da floresta
(que outrora foi deserto, que amanhã será deserto)
pensei compreender a impermanência da direção de meus passos de buscar o sol.
(que outrora foi deserto, que amanhã será deserto)
pensei compreender a impermanência da direção de meus passos de buscar o sol.
Acordado a noite forjei um molde do pretensamente-eu,
para poder confrontá-lo ao espelho,
aos meus olhos,
à planície das águas
E no súbito nascer do dia
afoguei-me nessa seta curva
de buscar o âmago de mim
para poder confrontá-lo ao espelho,
aos meus olhos,
à planície das águas
E no súbito nascer do dia
afoguei-me nessa seta curva
de buscar o âmago de mim
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