nas ruas
um homem-criança sem considerações acerca dos anéis de saturno
assume que está só como um lobo em guerra
e admite ao tempo seus carretéis
entorta-os, confunde-se com estátuas morto-vivas na praça enfolhada
e contorse-se sobre a face de deus
pintada por mão puras
esparrama seu ser pela sexta-feira toda
e encontra um pedaço de pergunta nos teus travesseiros
empilhados
metodicamente
contém seu grito
e anda
passo-a-passo
como se estivesse feliz
por estar impossibilitado de ser livre
por não poder decidir o sentido das gotas da chuva
que passam pela manhã
sem ter nada a dizer a ninguém
sem nenhum brilho no olhar
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